“Estou usando um espartilho em um campo de pouso no momento”, Jenna Coleman ri enquanto fala no telefone do set de Victoria, explica o intermitente barulho que faz a trilha sonora da nossa conversa.
Mas, por enquanto, não estamos falando de Victoria (obviamente falaremos mais tarde). Estamos discutindo sobre The Cry, o mais recente drama televisivo de Coleman, que está, literalmente, a quilômetros de distância de sua imagem de espartilho monarca. Passa-se em uma pequena cidade costeira na Austrália, Coleman interpreta Jo, uma mulher cujo estado psicológico e relacionamento se desintegram quando seu bebê desaparece.
“É muito sobre a maternidade e o vínculo com o seu filho,” diz ela sobre seu papel e a pesquisa que deu a ele. “Obviamente eu não sou uma mãe, então foi uma coisa interessante ter que estar profundamente conectada. Por sorte, tenho muitos amigos que acabaram de ter filhos, então eles foram incrivelmente úteis. Alguns deles que também são atores me deram detalhes realmente crus e viscerais sobre a realidade do dia-a-dia do que é ser uma mãe.”
“Tem coisas que você realmente não pensa muito sobre,” ela continuou. “Até mesmo a logística de sair de casa e questões sobre sua identidade. Foi um processo bastante revelador.”
A complexa exploração emocional não foi o único desafio que Coleman encontrou no papel. Seu primeiro thriller psicológico, o roteiro é complicado conforme as reviravoltas acontecem, mantendo a verdade um pouco longe do alcance da compreensão do público. “É sobre o que você não está entregando,” ela diz. “Você está constantemente mantendo as cartas perto do seu peito.”
Enquanto as cenas eram angustiantes, a atmosfera durante as filmagens estava longe disso. “Tornou-se um set alegre, engraçado e melhor, porque era uma montanha-russa emocional. Nós só queríamos fugir disso, então na verdade ficou quase o oposto entre as tomadas.”
A trajetória da carreira de Coleman a levou à algumas séries televisivas estelares – de Waterloo Road a Doctor Who e, talvez mais notavelmente, como já mencionada Rainha Victoria no drama biográfico da ITV em seus anos de formação – quando ela sobe ao trono e se casa com o príncipe Albert. Quais partes do trabalho ela considera mais gratificante?
“Realmente é um presente quando você recebe algo para dar vida”, ela considera. “Coisas como Victoria, poder crescer com essa personagem. Por ter feito alguma temporadas, ela está mais velha agora, temos sete filhos!”
No entanto, diariamente, são as milhares de oportunidades que se apresentam e as chances frequentes de criar algo novo que atrai a atriz. “Faremos a grande cena na próxima semana, então estou aprendendo a polca no momento, com uma daquelas enormes perucas georgianas,” Coleman ri. “Acho que é a variedade. Não há muito tempo para ficar entediado, o que é incrível.”
“Acho que, de certa forma, é o mito por trás do retrato”, ela continua do interesse que o monarca continua a cativar. “É a capacidade de dar um passo para trás e tentar dar vida a quem ela realmente era. E o que é incrível é que obviamente temos seus diários, assim você pode ouvir sua voz e os minúsculos detalhes do que ela estava fazendo no dia a dia.”
A terceira temporada da série começará em 1848, quando a rainha confronta o drama em frentes internacionais e pessoais com revoluções em toda a Europa e tensões em casa, onde sete dos nove filhos de Victoria e Albert nasceram.
“Vê-los correndo ao redor do palácio com as crianças causando estragos,” é uma grande atração da série, Coleman acha. “Você está vendo dentro das portas e dos quartos sobre o que foi uma família real vivendo em uma circunstância extraordinária. E, na Inglaterra vitoriana, você está assistindo uma mulher mandar quando as mulheres não têm voto. Penso que é surpreendentemente desconhecido. E tudo tem sido uma grande revelação para mim.”
No entanto, muito antes dela reinar como Victoria para a ITV, havia outra rainha que Coleman estava de olho em interpretar como um papel dos sonhos.
“Eu sempre disse que queria interpretar Cleópatra, porque me lembro de que ela é uma variedade infinita,” ela recorda. “Mas Victoria meio que te dá isso – ela começa a mudar através de tantas coisas diferentes. Eu não me canso dela de jeito nenhum.”
The Cry chegará a BBC One em breve.