Arquivo de 'The Cry'



National Televisions Awards: Jenna Coleman e The Cry recebem indicações
18.10.2018
postado por JCBR
Na última terça-feira, 16, foram divulgados os pré-indicados ao National Television Awards 2019, cerimônia que acontece anualmente que premia os maiores destaques da televisão britânica. A premiação acontecerá no dia 22 de janeiro de 2019 no The O2 Arena, em Londres.

Nessa primeira etapa, os cinco nomeados mais votados de cada categoria passarão para a segunda e última etapa da votação.

Jenna Coleman está pré-indicada na categoria Drama Performance por sua atuação em The Cry, que também está pré-indicada na categoria New Drama.

Os votos pelo site são computados somente para aqueles resididos no Reino Unido, Irlanda e Ilhas do Canal. Mas não se preocupe, ensinaremos como camuflar o IP para que seu voto seja validado.
 
 
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A primeira fase da votação encerra no dia 26 de outubro.

Jenna Coleman concede ensaio fotográfico e entrevista para a revista Rollacoaster
05.10.2018
postado por JCBR
Em entrevista para a revista Rollacoaster, Jenna Coleman provou mais uma vez que é a “garota impossível” capaz de interpretar qualquer papel na telinha. A atriz contou todos os desafios que enfrentou ao aceitar o papel de Joanna em The Cry, o da rainha Victoria e como foi chegar em Doctor Who com a série já em andamento. Confira:

Permita-me apresentar a “garota impossível”. Ela visitou centenas de galáxias com o Senhor do Tempo e governou o Império Britânico, lidou com duques e Daleks (deixarei você decidir qual o pior), mas atualmente a coisa mais impossível que ela está enfrentando é tentar encontrar um lugar para falar comigo por telefone sem que as pessoas ao seu redor atrapalhem. “Desculpa!” ela ri quando finalmente nos conectamos. “Você acabou de me ligar enquanto eu estava no carro com o meu motorista e eu sabia que ele riria de tudo que eu disser.”

Claro, a garota em questão é Jenna Coleman, que ganhou esse apelido de seu papel como a companheira do 13º Doutor na amada série da BBC, Doctor Who. Acompanhando Matt Smith e o Doutor de Peter Capaldi, Jenna ganhou fama como Clara Oswald, a espirituosa professora com a habilidade de encantar alienígenas em vários universos.

A chance de escapar para um mundo diferente sempre atraiu Jenna e explorar realidades alternativas é o que primeiro a fez querer entrar em ação. “Lembro de ler Enid Blynton e muitos livros e seus mundos se tornando muito vívidos na minha cabeça”, lembra ela. “Eu me lembro de ser muito, muito jovem e, por alguma razão, sempre me senti muito simples. Atuar foi sempre o que eu queria fazer, era mais o ‘como’ que sempre era a coisa mais complicada.”

Colocando a mão na massa para fazer o ‘como’ acontecer, Jenna conseguiu seu primeiro papel em Emmerdale em 2005, antes de conseguir o cobiçado papel de companion em 2012. Entrar em um fandom tão popular foi inicialmente bastante intimidador, mas, desde então, Jenna estabeleceu um legado como um dos parceiros mais amados do Doutor (desculpa, Martha). “Eu nunca tinha feito nada onde você é a única peça nova em uma máquina muito lubrificada”, explica ela. “É como se você fosse literalmente a única novata por conta própria, o que é uma coisa muito estranha. Você meio que tem que subir em um trem que já está a toda velocidade.”

Encerrando sua última temporada como Clara, Jenna foi direto para outro mundo. Desta vez: a Inglaterra vitoriana. Assumindo o papel de protagonista como rainha Victoria na aclamada série da ITV, Victoria, foi um pouco de uma adaptação de um parceiro de combate do Cyberman. “Eu tive três semanas para me preparar, então foi realmente muito difícil”, lembra ela. “E havia muito material de pesquisa!”

Fazendo o seu dever de casa, Jenna mergulhou nos diários da Queen Vic para tentar entrar na mentalidade de uma jovem encarregada de governar um império inteiro. “Há tantas coisas que as pessoas pensam que sabem sobre ela”, ela me diz. “Você tem os diários, você tem as biografias históricas. Você está interpretando alguém que todos nós pensamos que conhecemos tão bem e nós sabemos que é tão característico dos quadros e história. Só estou tentando realmente fazer isso e trazê-la à vida – realmente descascar as camadas e conhecê-la. Foi um desafio, mas eu também amo isso”. Ela ri. “Eu não achei que gostasse dela no começo! Eu a amo, mas nem sempre gosto dela. O que é incrível é que agora já estamos há algumas temporadas, posso continuar voltando e lendo seus diários. Sinto que continuo a captando cada vez mais e ela é um pouco mais companheira agora.”

Atualmente indo para sua terceira temporada, o breve intervalo de Jenna de retomar as filmagens de Victoria não foi tão relaxante quanto se poderia esperar. Indo para a Austrália em fevereiro, em vez de ter algum tempo bem merecido nas praias ensolaradas, ela entrou direto em seu papel ainda mais desafiador.

Estrelando no thriller psicológico da BBC, The Cry , Jenna interpreta o papel principal de Joanna, uma jovem mãe que viaja para a Austrália com seu filho recém-nascido e um marido levemente detestável para lutar pela custódia da filha dele. Uma vez que eles desembarcaram, tudo parece estar indo bem quando de repente sua vida é jogada para a desordem depois que seu filho desaparece. Baseado no livro de Helen Fitzgerald com o mesmo nome, se você assistiu ao trailer, você saberá que está destinada a ser uma daquelas séries que o deixarão colado na tela da sua televisão, mal respirando, com várias reviravoltas que te deixará sem palavras.

Gravando em Oz e Glasgow, está prevista para estrear no final de setembro, preenchendo o vazio em nossas vidas que foi inevitavelmente deixado por Bodyguard. Um processo de gravação muito difícil, a minissérie é gravada em tempos diferentes – um quando o bebê desaparece e outro nos dias de hoje em um julgamento, embora ‘para quê?’ seja uma pergunta que eu ainda estou para entender a resposta. “Nós continuamos chamando de ‘indo para o vórtice’ porque você está gravando todas essas linhas de tempo e obviamente é um thriller psicológico, então há alguns aspectos do que você pode dar e quando.” Jenna explica. “Há uma certa versão que meio que mantém todo mundo à uma distância, então você não está dando muito de uma vez.” Ela faz uma pausa. “Isso tudo fará sentido quando você assistir, mas, ai meu Deus, em termos de atuar, foi o trabalho mais complicado narrativamente que já fiz.”

Não só as linhas de tempo eram difíceis de entender no começo, mas Jenna também achou seu papel muito difícil. “Eu tive problemas reais de interpretar uma mãe com problemas, tipo, isso seria fundamentalmente algo que eu talvez não seria capaz de fazer jus, porque eu não sou mãe”, ela revela. “Foi extremamente desafiador. Mas para ser honesta, muitas das minhas amigas tem bebês e algumas delas me enviaram os e-mails mais incríveis. Eu falei com elas e obtive detalhes realmente incríveis e honestos sobre a realidade de ser uma nova mãe. É a coisa mais linda do mundo, mas só porque é tão bonita, não significa que vem sem questionamentos sobre sua própria identidade e solidão. Acho que foi uma maneira muito interessante de explorar a depressão pós-parto de uma forma que eu não sinto que eu realmente tenha visto muito na tela.”

Sua representação de uma mãe é, às vezes, difícil de assistir. No primeiro episódio, ela está no voo de 24 horas para a Austrália, bebê gritando em seus braços, marido dormindo, recebendo olhares desaprovadores de outros passageiros enquanto ela freneticamente tenta acalmar seu filho. É um momento que eu tenho certeza que muitos fizeram parte, eu sei que eu revirei meus olhos para crianças chorando em vôos antes, e é esse o aspecto que The Cry quer explorar. “Há várias questões”, Jenna reflete. “Questiona nossa sociedade sobre as pressões em cima das novas mães. Mas também a pressão da mídia e como a mídia pode criar uma versão da verdade”.

O último é em resposta ao aspecto “whodunnit” [“quem é o culpado?”] da série, a reviravolta que leva você a pensar que talvez o bebê não tenha desaparecido. “Eu acho que é engraçado passar por uma das experiências emocionantes mais extremas da sua vida ao mesmo tempo que estar sob essa investigação da mídia”, detalha Jenna. “Essas duas coisas coincidindo e acontecendo ao mesmo tempo são realmente um ângulo interessante de se olhar psicologicamente. E uma história interessante para contar.”

“Quem você acha que fez isso?” Ela pergunta, me incentivando a formular as várias teorias que estão rondando em minha mente. É óbvio demais ser a ex-mulher? Ou que tal a jovem mãe em apuros? Talvez seja a filha do marido que está secretamente com ciúmes de seu pai seguir em frente e criar uma nova vida? Talvez seja outra pessoa completamente diferente? Ou alguma coisa? “Por isso que eu senti vontade de ler!” Ela ri. “Eu senti que não sabia bem o que estava acontecendo. Ele [livro] estava me levando em direções diferentes e eu continuei virando a página!”

O que não está em debate, no entanto, é o fato de que Jenna é de tirar o fôlego na minissérie e sua representação é certa para levá-la a ser ainda mais aclamada pela crítica. Para a “garota impossível”, parece que ela pode fazer qualquer coisa.

 

Jenna Coleman na primeira página do jornal The Daily Telegraph —  Review
29.09.2018
postado por JCBR
Faltando menos de 24h para a estreia de The Cry, além de estar na primeira página do jornal britânico The Daily Telegraph – Review, Jenna concedeu uma entrevista para divulgar a minissérie, falou sobre o movimento #MeToo e fez um paralelo entre sua vida pessoal com a de sua recente personagem Joanna, que tem sua vida constantemente examinada pelo público quando seu filho recém-nascido desaparece. Confira a entrevista traduzida e os scans:

Ao final do primeiro episódio de The Cry, a nova série da BBC destinada a preencher o vazio deixado por Bodyguard, a personagem de Jenna Coleman, Joanna — uma mãe sofrendo depressão pós-parto, cujo filho desaparece do nada — fala sobre como é ter dois rostos: um para ser examinado pelo público, e outro que existe no privado.

É, claro, um clichê horrível para um entrevistador desenhar paralelos entre um ator e o personagem que eles fazem. Mas dado nosso apetite insaciável por informações pessoais (e o fato que Coleman tem sua vida amorosa guardada do público), quando eu me encontro com a atriz de 32 anos em um hotel em Londres, me sinto vagamente justificada em tentar consegui-las.

Ela sorri. “Eu posso definitivamente associar essa sensação com o sentimento… de ser exposta.” Coleman uma vez foi ligada com o Príncipe Harry depois de ser fotografada falando com ele em uma corrida de cavalo. Ela costumava sair com Richard Madden, estrela de Bodyguard (sim, ela assistiu à série) e agora está em um relacionamento com Tom Hughes, que faz o papel do seu marido em Victoria. Então ela sabe um pouco sobre ter muitos olhos sobre ela.

A virada em The Cry, Coleman diz, é que a mãe, Joanna, nunca pediu por nada daquele tipo. “Ela é uma professora primária, um pouco tímida, que tem que passar por essas circunstâncias horríveis com todas essas câmeras apontadas para ela.” Ela aponta que, no livro no qual a série foi baseada, pela escritora australiana Helen FitzGerald, Joanna se descreve como “um animal em um zoológico.”

Nós agora vivemos em um mundo em que toda expressão facial, todo movimento, é interpretado — e muitas vezes como algo que não é. Coleman pergunta se eu assisti o episódio Nosedive de Black Mirror, em que as pessoas dão avaliações em estrelas depois de qualquer interação.

“Não é muito longe da realidade,” ela fala, seus olhos se arregalando. “Digo, eu tenho que checar minha avaliação no Uber. Acho que nós somos treinados para dar estrelas desde a escola. Quando você ganha uma estrela, é uma coisa boa, não é? Talvez nós fomos condicionados da forma errada.”

Eu indago como ela se protege desse tipo de coisa, como alguém sob o olho público. “Criando uma aparência, você quer dizer?” Bem, isso e o desejo por ‘curtidas’ nas redes sociais. “Instagram é complicado, porque…” ela pausa por um momento. “Acho que se você for um comediante ou um apresentador, onde sua personalidade faz parte do seu trabalho, é diferente. Mas como uma atriz, eu sempre me sinto um pouco conflita. Porque eu adoro o Instagram — realmente amo — e tem muito mais que eu gostaria de colocar lá mas eu odeio que as pessoas estão te assistindo, e elas descobrem o que você comeu no café da manhã.”

Coleman nasceu em Blackpool. Ela descobriu teatro na escola, onde foi representante de sala, e quando fazia audições para entrar para a escola de teatro, conseguiu um papel em Emmerdale. Depois veio Doctor Who, em que ela interpretou a assistente de Peter Capaldi (ela está super animada que agora tem uma Doutora mulher), seguida por papéis em Capitão América – O Primeiro Vingador e o drama para televisão Titanic, por Julian Fellowes. Mas foi Victoria que a fez estratosférica, com o público se apaixonando por sua interpretação agressiva de uma das nossas monarcas mais duradouras. Atualmente, está filmando a terceira temporada; sua personagem acabou de ter seu sétimo filho.

A série The Cry dificilmente seria mais diferente. É implacavelmente escura e claustrofóbica, e Coleman é incrível como uma nova mãe perdida em sua própria depressão, amedrontada por sua própria crueza. Ela descreve filmar como uma “maratona emocional”, que envolveu choro por trás das câmeras, seguido por “uma tontura inacreditável”. Reciprocamente, ela diz que atmosfera no set se tornou “muito leve, acho que pela história ser tão escura e a realidade de tentar imaginar essas circunstâncias era tão pesada que no momento se se gritava ‘corta’, nós ficávamos bem brincalhões.”

Sendo filmada em Glasgow e Melbourne, com um bom pedaço se situando em um avião, onde a personagem cansada de Coleman, Joanna, tem dificuldade para acalmar seu recém nascido, enquanto seu parceiro, que tem estado ocupado com o trabalho, dorme pela maior parte do voo. É uma cena que muitas mulheres reconhecem, mas aqui essa podridão ressona, e logo volta em harmonia. “Eu fui realmente atraída pelo aspecto do thriller psicológico,” diz Coleman agora, “Eu nunca fiz nada do tipo. Foi algo tão inteligentemente balanceado e arremessado. Eu não sabia em quem confiar, eu não sabia de quem eu gostava, eu não sabia exatamente o que tinha acontecido.”

The Cry é a substituição perfeita para Bodyguard, com um enredo que te deixa questionando todo mundo. Mas também explora a fetichização de mães, e as expectativas impostas sobre elas. O diretor, Glendyn Ivin, fez Coleman usar uma barriga protética no público por alguns dias para praticar, “E eu acabei sendo prescrita um creme para rosto pós-gravidez, que eu comprei só pra conseguir sair da loja.”

“Acho que nós somos muito cruéis com as mães. Na época Vitoriana [uma mãe nova] se deitaria em uma cama por um mês, esperando seu corpo recuperar. Agora se tem uma paternidade de duas semanas e o pai volta para o trabalho, e sua existência mudou completamente mas por favor, você poderia levantar e seguir com isso?”

Isso diz algo sobre a pressão que nós colocamos em mulheres que Coleman se sentiu um pouco culpada por ser posta no elenco como uma mãe, uma vez que ela não é uma. “No início, eu senti como se tivessem escalado a pessoa errada, que havia certa coisa primal que eu não conseguiria mostrar, que não conseguiria entender, e eu estava me batendo por conta disso.”

Eu lhe digo que não acredito que um ator homem sem criança iria pensar nisso caso fosse escalado como um pai. “Sim, eu entendo isso. E cada vez mais eu percebo, quando converso com minhas amigas, que é uma pressão que nós colocamos sobre nós mesmas. Nós temos expectativas não realísticas.”

Se ela pensa que a indústria mudou para as mulheres, dado ao movimento #MeToo? “Eu sinto como se estivéssemos em um fluxo no momento,” ela diz. “Acho que a maior coisa que mudou é a ideia de que você não tem permissão para falar: medo deixou todo mundo calado. No passado, eu não queria falar nada ruim ou me posicionar quanto a nada pelo medo de ser rotulada como difícil ou tentar atrair atenção para mim mesma. E agora tem tantas atrizes mais novas que tem vozes de uma forma que não acredito que tínhamos, e creio que isso vai continuar mudando.”

Ela já passou por sua própria experiência #MeToo? “Não,” ela diz, “Eu estive em Doctor Who por um bom tempo, e depois, em Victoria, eu faço a protagonista, e isso traz um certo tipo de…” ela hesita. Respeito? “Sim, segurança de um jeito, e eu sempre fui permitida pela companhia de produção a ter uma voz.

“Eu estive em LA muitos anos atrás,” ela comenta, implicando que as coisas são mais desrespeitosas lá. “Mas pra falar a verdade, era algo mais dentro de mim. Acredito que, especialmente aos meus 20 anos, eu não era muito confidente. Eu não sentia como se conseguiria afirmar a mim mesma da maneira que consigo agora. Mas eu não sei se isso ocorre por eu estar mais velha, ou se o clima realmente mudou.”

A seguir, tendo decidido evitar outro papel longo na TV, Coleman vai aparecer no teatro Old Vic na peça de Arthur Miller, All My Sons, junto às estrelas americanas Bill Pullman e Sally Field. Mas primeiro, ela vai tirar umas férias, no México talvez; algum lugar em que ela possa desligar seu celular e sentir seu ‘cérebro relaxar’; algum lugar, acima de tudo, que ela possa ser ela mesma, sem se preocupar que alguém possa ver.

The Cry começará no domingo, 30 de setembro, às 9h na BBC One.

Tradução e adaptação: Bea @dutiesofcare

 
 


 

 

 

Jenna Coleman fala sobre o futuro de Victoria
28.09.2018
postado por JCBR
Com a contagem regressiva para a estreia de The Cry, Jenna concedeu mais uma entrevista revelando o que podemos esperar de sua personagem para a nova edição da revista Radio Times. Além de The Cry, Jenna também fala sobre o futuro da série Victoria e revela estar ansiosa para a estreia da nova temporada de Doctor Who. Confira abaixo:

Os roteiristas de televisão são ótimos em brincarem com os nossos medos mais sinistros, e o que pode ser pior do que sua criança desaparecendo do nada? De Kiri para Stranger Things e The Missing, a história de uma criança desaparecida continua voltando para nossa tela. O novo drama da BBC1, The Cry, inicia-se com a mãe de um bebê desaparecido saindo da porta de sua casa em direção a um monte de jornalistas e repórteres de TV.

Os paralelos com o desaparecimento de Madeleine McCann são gritantes. O casal envolvido é bonito, classe média e articulado, mas eles deixam seu filho sozinho, dizem, só por um momento, e ele desapareceu. A jovem mãe — interpretada por Jenna Coleman — é bonita, trágica e digna, talvez um pouco controlada demais. Os espectadores são deixados a indagar se ela teve alguma coisa a ver com o desaparecimento de seu próprio filho.

The Cry é radicalmente diferente de qualquer outra coisa que Jenna Coleman já fez. Depois de ganhar muita experiência quando ainda nova em Emmerdale e Waterloo Road, ela fez seu nome através de Doctor Who, e depois através da jovem rainha no sucesso da ITV Victoria.

The Cry é um grande contraste em comparação a Victoria e Victoria foi um grande contraste em comparação a Doctor Who,” diz Coleman, “E isso foi o que me atraiu. Se tivesse sido oferecido algo sci-fi depois de Doctor Who, eu provavelmente teria dito não. Eu nunca atuei em um thriller psicológico antes, então é bem interessante.”

Coleman está atualmente filmando a terceira temporada de Victoria, e quando nós nos encontramos com ela durante uma pausa nas gravações, ela mostra um grande alívio em não estar usando um espartilho. Ao invés, ela está vestindo uma gola branca debaixo de um terno de veludo. Ela é pequena com olhos gigantes e senta-se em uma cadeira de frente a mim, com suas costas reta, pés em saltos alto pretos. Ela tem 32 anos mas aparenta mais nova.

Ela fica animada ao perguntar o que eu achei de The Cry e se eu descobri o enredo com base no primeiro episódio. Eu lhe digo minha teoria e ela sorri. “Tem várias coisas que enganam,” ela diz, “O desafio é tentar ser fiel com a audiência mas esconder coisas ao mesmo tempo. A performance que você oferece tem que ser vista de várias diferentes perspectivas, então é como um microscópio — fazer o enredo sem vazar o enredo.”

Filmado na Escócia e Austrália, The Cry é uma série de quatro partes adaptado do livro de Helen FitzGerald. Parece-se com um dos outros livros-que-viraram-filmes populares e psicológicos, como Gone Girl ou The Girl on the Train, que oferecem narradores não confiáveis e a mesma história sendo dita de múltiplas perspectivas, deixando o espectador ou leitor ponderando em quem acreditar.

No primeiro episódio, Joanna (Coleman) e seu marido Alistair (Ewen Leslie) viajam com seu bebê da Escócia para a Austrália, onde ele pretende batalhar pela custódia da filha de seu casamento anterior. O bebê chora e grita durante o voo inteiro. Joanna caminha de um lado para o outro no corredor enquanto os outros passageiros deixam claro sua desaprovação e seu marido dorme profundamente graças a máscara de dormir e fones de ouvido.

“Nós filmamos a cena do avião em um hangar em Maindenhead com um avião adaptado. Depois de dois dias com os bebês gêmeos em um espaço fechado, parecia que realmente tínhamos ido e voltado da Austrália. Os bebês eram atores geniais, começavam a chorar o momento que o diretor gritava ação. Eu tenho sete crianças na nova temporada de Victoria, então eu sei o quanto é difícil filmar com crianças pequenas.”

Eu confesso uma necessidade de criticar o marido ficcional de Jenna por dormir durante o pesadelo do voo para a Austrália. Por que sua personagem ainda o atura? “Joanna perdeu sua confidência e sua identidade quando o bebê nasceu, ela não tem família por perto e está isolada. Quando uma amiga pergunta o porquê dele não ajudar com o bebê, ela diz, ‘Ele ganha o dinheiro, ele vai trabalhar, ele precisa dormir e eu tenho os peitos.’”

Quando a pressão na saúde mental de Joanna cresce, o espectador percebe que algo horrível está prestes a acontecer. E realmente, algumas horas depois deles chegarem à Austrália, o bebê Noah desaparece do carro alugado do casal. Eles o tinham deixado por um momento para irem na loja de conveniências da pequena cidade onde a ex-mulher e filha dele moram. Uma busca pela polícia massiva acontece, juntamente com todas as pressões no casal incluindo uma tempestade de interesse da mídia.

Se Coleman tem facilidade para chorar, igual a suas co-estrelas crianças? “Não, não muito, mas felizmente não tem muitas cenas de choro. Aí vem outro choque, porque Joanna não chora muito, então as pessoas se perguntam da forma que uma mãe de luto deveria se comportar.”

A fragilidade tímida da personagem de Coleman em The Cry é um contraste com Victoria. Ela faz o papel da jovem rainha como uma pessoa que controla suas emoções. “Foi difícil me sentir como ela. Foi difícil ter acesso a quem ela era mas assim que comecei a ler livros e fazer pesquisas, eu fiquei surpresa com o quanto eu não sabia. Em seus diários, ela escreve muito sobre seus ataques violentos de raiva e como ela jogou tesouras em sua babá quando era criança.”

É um testamento à confiança de Coleman que ela negou o papel da Victoria duas vezes antes de finalmente aceitar. “Eu tinha acabado de fazer quase quatro anos em Doctor Who, e não queria outro projeto longo na TV. Eu queria fazer várias coisas diferentes, mas agora que faço Victoria, eu a acho muito viciante.”

Por quanto tempo ela pretende continuar em Victoria? “Nós estamos decidindo temporada por temporada. Na próxima (que vai ao ar ano que vem), ela começa a parecer mais matronal, ela já teve seis ou sete filhos, então está um pouco mais gorda, com peitos maiores, a maquiagem é mais caída… mas virá um ponto em sua história em que nenhuma maquiagem protética ou uma voz mais grave será convincente o suficiente.”

Nascida em Blackpool, Coleman conseguiu seu primeiro papel, na idade de 11 anos, na peça musical Summer Holiday, estrelando o apresentador de TV e cantor Darren Day. Ela fica um pouco com vergonha quando eu lhe pergunto sobre isso. “Sim, Peter Capaldi (sua co-estrela em Doctor Who) acha esse fato hilário.”

Foi esse o momento que ela decidiu se tornar uma atriz?

“Não, eu não fui uma criança-atriz. Eu só fiz o papel durante as férias de verão, e foi maravilhoso. Sempre gostei de dançar e eu adorava estar no palco da Casa de Ópera de Blackpool, que é gigante e linda. Mas foi só aos meus 15 anos, no ensino médio, que eu fiquei interessada em atuar.”

Seu professor da escola de drama, Colin Snell, é quem ganha crédito por isso. “Ele montou um pequeno, semi-profissional companhia de teatro dentro da escola e nós levamos nossas apresentações de um porão em Buxton para o Festival de Edinburgh. Vários de nós atores do norte fomos ensinados por ele. Ele é um ótimo professor.”

Ela estava na lista de espera para estudar em uma escola de teatro quando foi oferecido seu primeiro papel profissional em Emmerdale, aos 19 anos. Por quatro anos, ela interpretou a adolescente Jasmine — uma personagem que chegou às manchetes por ter um beijo lésbico e bater até a morte em um policial fora de serviço com uma perna de cadeira.

Emmerdale foi uma ótima prática, mas às vezes eu sinto como se tivesse perdido muito por não ter ido para a escola de teatro.” É a razão que agora ela pretende estrelar em um teatro. “Eu perdi a oportunidade de ter o tempo de ensaio para explorar.”

Ela só tinha 25 anos quando Steven Moffat a escalou ao elenco como Clara, a companhia do 11º e depois 12º Doutor (Matt Smith e Peter Capaldi, respectivamente).

“Eu não tinha ideia do que esperar. Eu nunca tinha assistido à série. Eu lembro de conseguir a audição e pensar que poderia ser algo muito interessante. Mas nada me preparou para o que viria a ser. Assim que eu li o script de Steven Moffat, virei uma criança novamente adentrando um livro de fantasia. O aspecto sci-fi era um mistério para mim. Eu tive que usar o Google várias vezes durante o primeiro script para descobrir o que todo o jargão significava.”

Ela está animada quanto à 13ª Doctor Who, a primeira incarnação mulher interpretada por Jodie Whittaker, que também vai ao ar aos domingos, estreando dia 7 de outubro. “O que eu mais quero saber é se ela vai ser do norte, se ela vai usar seu próprio sotaque, se nós teremos outro Doctor Who do norte.” [Podemos confirmar que sim].

Eu tinha sido previamente avisada que Coleman é relutante sobre falar de seu namorado e co-estrela em Victoria, Tom Hughes, que faz o Príncipe Albert. Uma pergunta inocente se eles se conheceram no set de Victoria é rejeitado com “Eu não vou falar sobre ele em entrevistas.”

Um pouco indecisa, eu pergunto sobre um namorado passado, Richard Madden, que no momento de nossa entrevista está estrelando em Bodyguard. Os bons looks do ator e seu peito nu tem sido o assunto de várias colunas. Eu quero saber se ela pensa que, no auge do movimento #MeToo, não tem problema a mídia objetificar o corpo de um homem mas o de uma mulher, sim? Entretanto, o momento que seu nome escapa meus lábios, um dos oficiais da imprensa — um dos dois no cômodo, sentando atrás de Coleman durante nossa conversa — interrompe e traz a entrevista a um fim.

Assim que eu me levanto para sair, pergunto a Coleman sobre seus 773 000 seguidores no Instagram. Ela tem que postar constantemente para manter seu status como uma atriz, ou ela faz isso por prazer? “Eu amo fotografia e design de interior, então é isso que eu posto. É um dilema interessante para uma atriz. Você não quer que as pessoas saibam demais sobre sua vida pessoal, porque elas podem confundir esta com os papéis que você faz. Acho que tem uma linha quanto ao tanto que você revela.”

Se essa entrevista serve pra qualquer coisa, sua linha defensiva é mantida a todos os custos. Coleman está claramente determinada para manter um senso de mistério glamoroso sobre sua vida pessoal. Muitos dirão, “Quem pode culpá-la?”

Tradução e adaptação: Bea @dutiesofcare

 
 

 

The Cry: Jenna Coleman conta detalhes sobre a minissérie
23.09.2018
postado por JCBR
Faltando apenas uma semana para a estreia do recente drama de Jenna Coleman, a atriz estampa a capa da nova edição da revista TV Week. Junto com Ewen Leslies, o casal conta como se prepararam para interpretar seus personagens, no que se inspiraram e contam detalhes sobre as gravações de The Cry. A autora Helen FitzGerald também participou da entrevista contando tudo o que há por trás do livro de mesmo nome da minissérie. Confira abaixo:

Esta é uma jornada de parar o coração, onde você sente uma onda de esperança antes de se conectar com um abismo de desespero que, eventualmente, ameaça cada fragmento de sua sanidade. E você sabe que essa montanha-russa nunca termina até que você possa segurar seu bebê nos braços mais uma vez.

Essa é uma dor insuportável, imagina-se, sofrida pela jovem mãe Joanna e seu marido Alistair em um emocionante thriller psicológico da BBC, The Cry. Adaptada do livro de mesmo nome de Helen FitzGerald, o drama de quatro partes conta a história de como uma tragédia os separa quando seu bebê recém-nascido é sequestrado de uma pequena cidade costeira na Austrália.

Joanna é interpretada por Jenna Coleman, que ganhou aclamação da crítica por sua interpretação da rainha Victoria no drama da ITV. Um aspecto chave desta série é o intenso escrutínio público que o casal – em particular Joanna – sofre. “O que é interessante, é que ela não se comporta de uma maneira que você esperaria de alguém que acabara de perder um filho,” Jenna diz. “Você esperaria demonstrações de emoção. Então, por que ela não está de luto? Ou por que ela não está sofrendo em público? É porque ela está em choque? Talvez ela seja uma mentirosa – ou só é estranha. Há um duplo blefe constante.”

“Isso realmente foi desafiador de interpretar. Era como andar em uma corda bamba e emocionalmente intenso porque você está mentindo dentro de uma mentira, como bonecas russas. Eu assisti o drama televisivo Liar para me inspirar antes de filmar.”

Quando nos conhecemos no set, Jenna está usando uma calça de moletom e o mínimo de maquiagem para criar a aparência exausta de muitas mães novas nos primeiros meses após o parto. “É uma maratona emocionante,” diz ela. “A cena que o bebê desaparece é o tipo de coisa que faz o sangue gelar. É o pesadelo de todos os pais.”

A tragédia se desenrola depois que Joanna e Alistair viajam de sua casa na Escócia para a Austrália com o seu bebê recém-nascido Noah para visitar a mãe de Alistair e ganhar a custódia da filha de Alistair, Chloe (Markella Kavenagh), de sua ex-esposa australiana Alexandra (Asher Keddie). “A história é sobre as consequências do desaparecimento do bebê – que acontece logo quando eles chegam na Austrália,” Jenna explica. O evento traumático coloca o casal em um teste final frente a verdade sobre a descoberta do desaparecimento de seu bebê.

Jenna, que está de volta à BBC pela primeira vez desde que deixou Doctor Who – onde interpretava a companion Clara Oswald – em 2015, diz que The Cry não poderia ser mais diferente de seu papel como a rainha Victoria. “Não há espartilhos ou babás aqui,” ela sorri. “Eu passo muito tempo em meus pijamas e moletons. Como uma amiga me disse sobre ser uma nova mãe, ‘Você acorda, sem maquiagem, encontre um minuto para escovar seus dentes, faça um copo de chá, o chá fica de lado, você tenta tomar banho. Depois você dorme, vestindo as mesmas roupas, acorda e faz tudo de novo.'”

“Como eu não sou mãe, tentar captar a realidade dos primeiros estágios da maternidade foi um verdadeiro desafio para mim. Fiquei com um pouco de dificuldade de imaginar, ‘Eu não sei exatamente como é isso.’ Então eu pensei, isso é o mesmo que qualquer outro trabalho de atuação – eu realmente não sei como é ser a Rainha Victoria. Então eu passei um tempo com uma parteira e algumas mães. Muitas das minhas amigas são mães e me enviaram e-mails com detalhes do dia-a-dia, como o que é realmente ter tido duas horas de sono, ou o que seus hormônios estão fazendo e a realidade de só tentar pegar sua bolsa, chaves e sair com o bebê.”

O diretor da série, Glendyn Ivin, também mandou Jenna para as ruas de Melbourne com um carrinho [de bebê] para ver como as pessoas a tratariam como uma jovem mãe. “Foi muito legal esperar por algumas pessoas que vieram para tirar fotos e quando olharam dentro do carrinho, só havia uma garrafa de água vazia! Então eu expliquei por que o diretor me fez fazer isso, então me meti em algumas situações embaraçosas. A manta no carrinho para proteger o bebê do sol foi preso com alfinetes, então foi uma dica enorme.”

“Depois eu fui a uma loja e eles me recomendaram um creme de rosto pós-parto que não tive coragem de explicar que eu não precisava de usar, então só comprei e saí. As pessoas te tratam diferente quando se é mãe – os carros diminuem a velocidade quando estão dirigindo perto de você, por exemplo, então isso me fez ver o mundo de uma perspectiva diferente.”

Mas também há lados obscuros para Joanna, o que tornou o papel ainda mais desafiador. “Ela é falha. Quando conhecemos Joanna ela está lidando com uma depressão pós-parto, e é aí que começa,” explica Jenna. “Há coisas maravilhosas sobre a maternidade, mas a sua identidade também está completamente diferente, especialmente para Joanna, uma professora, já que antes ela era muito independente. Nós a vemos no começo da série com sua melhor amiga Kirsty, saindo e ficando bêbada. Então, de repente, sua vida está vastamente diferente. Naqueles primeiros dias da maternidade, vemos quanto tempo ela fica sozinha em casa, exausta.”

“Ela vai para as profundezas mais escuras que uma pessoa poderia ser empurrada. Ela realmente queria ser mãe? Era definitivamente algo para o qual o marido estava mais preparado. E obviamente há a depressão pós-parto, mas eu não acho que ela particularmente percebe que é isso que ela está passando porque o bebê tem apenas três meses de vida. Muitas pessoas com quem conversei disseram: ‘Deus, eu realmente não percebi que tive depressão pós-parto até um ano depois.'”

A experiência afastou Jenna da maternidade? “Não, mas abriu meus olhos para as realidades a respeito disso. E me mostrou o que muito das minhas amigas estão experienciando.”

Em uma cena angustiante, vemos Joanna agarrando seu bebê chorando constantemente durante um voo de 25 horas de Glasgow para a Austrália. É essa jornada que todo pai teme, diz Jenna. “Você está tentando fazer seu bebê ficar calmo para controlar o barulho em meio as reclamações de outros passageiros, no que também é uma atmosfera dolorosamente claustrofóbica.”

Como foi gravar? “Desse jeito, sério,” ela ri. “Nós gravamos em Maidenhead em um avião que foi transformado em um set. E todos nós estávamos nele por dois dias, gravando por 12 horas em ordem cronológica. Então foi como ir a Melbourne, mas sem destino.”

“Nós tivemos gêmeos de seis semanas interpretando o Noah. A mãe deles tem seis filhos e ela estava bem tranquila no set. Como eles são gêmeos, pudemos trocar os bebês durante as gravações. Um tem mais cabelo mas nós apenas colocamos uma touca nele. E muito choro foi adicionado depois.”

O marido de Joanna, Alistair, um assessor político, é interpretado pelo australiano Ewen Leslie, 38, que foi aclamado pela crítica depois de contracenar com Nicole Kidman em Top Of The Lake. Ele diz que o drama toca nos “mitos da maternidade”, incluindo a relação com sua mãe na tela, Elizabeth, interpretada por Stella Gonet, de The Crown. “Há um ponto na série que ela diz que quando Alistair nasceu ela não sentiu uma ligação com ele. Então eu acho que de muitas maneiras ela se sentiu como uma jovem mãe, o que Joanna está sentindo como uma nova mãe.”

Ewen acha que Alistair será duramente criticado. “Com certeza ele é um sedutor. Mas todos os personagens são complicados. Eu gosto dele? Provavelmente eu não gostaria de tomar uma cerveja com ele, mas não acho que ele gostaria de tomar uma comigo.”

Para me inspirar, li “Winners: And How They Succeed” do Alastair Campbell, assessor político do Tony Blair, e assisti “The Thick Of It“. Também analisei pessoas que trabalham como assessores políticos para certos primeiros-ministros e tive uma visão sobre esse mundo feroz. A coisa divertida sobre interpretar uma pessoa que está absolutamente no controle é que você também consegue desvendá-las.”

The Cry deve atrair comparações com o desaparecimento de Madeleine McCann de três anos, que desapareceu de sua cama em um apartamento de férias em Portugal em 2007, provocando o que muitas vezes tem sido descrito como o caso de pessoa desaparecida mais relatado na história moderna.

Ele também traz de volta memórias de Azaria Chamberlain, a australiana de dois meses que desapareceu durante um acampamento familiar em 1980. Seu corpo nunca foi encontrado. Seus pais, Lindy e Michael Chamberlain, disseram que ela havia sido tirada de sua barraca por um dingo, mas Lindy foi condenada por assassinato e passou mais três anos na prisão. Ela foi liberada quando uma peça de roupa de Azaria foi encontrada perto de um covil de dingo e novos inquéritos foram abertos. Em 2012, 32 anos após a morte de Azaria, a versão dos eventos dos Chamberlains foi apoiada por um legista.

A autora Helen FitzGerald admite que ambos os incidentes estavam em sua mente quando ela escreveu The Cry. “O sentimento que rondava minha mente era, “poderia um casal sobreviver a isso?” Lindy Chamberlain como a grande história da minha juventude – muitas mulheres disseram que ela era culpada como pecado.”

Mas houve outros eventos que a inspiraram, ela diz. “Eu me apaixonei por um italiano escocês quando eu tinha 23 anos e me mudei para Glasgow. Parte do acordo era que voltássemos à Austrália todos os anos. Eu tenho isso por escrito. Fui estúpida, na verdade, porque nós tivemos que viajar naquela maldita viagem todos os anos. E o mais importante foi quando minha filha Anna nasceu porque eu estava muito deprimida depois de seu nascimento.”

“Foi no meio do inverno, e eu estava em um apartamento no último andar em Glasgow e foi um pouco chocante para mim sem minha família. Então, voltamos para a Austrália com Anna quando ela tinha cerca de dez semanas de idade e ela chorou todo o caminho. Me senti como a Joanna na história, onde nós éramos muito julgadas, e com razão, mas não lidei muito bem com isso.”

“Eu me lembro, eu me preparei e me planejei para isso. Eu tinha roupinhas e presentes para ela, mesmo que ela fosse pequena e não pudesse nem mesmo abri-los. E foi nessa viagem que a amamentação deu errado para mim e desisti. Eu apenas sentei lá por 21 horas tentando amamentar com muitas mulheres dizendo para mim: ‘Você não deve desistir.'”

Mas o que acabou com a depressão pós-parto de Helen? “Estava acontecendo aquela viagem. Estranhamente, eu não sabia que tinha, na verdade. E é só agora que eu paro e penso: “Ah, eu não queria sair de casa. Não queria ver ninguém.” Eu senti aquele peso que vem sobre você. Nenhuma alegria no mundo. Eu realmente não me conectei com a minha filha até que ela tinha nove meses. A viagem foi muito importante, na verdade. Apenas revendo a família e tomando um pouco de sol e voltando sentindo-me revigorada.”

Quanto a Jenna, ela está ansiosa para se revigorar filmando a próxima temporada de Victoria. “O que é legal é que você volta e o tempo passa. Há um senso de família crescendo. Vai ser muito bom voltar para algo completamente diferente depois de um drama tão intenso.”

The Cry estreia no domingo, 30 de setembro, às 9 p.m na BBC.